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Anvisa vai debater proibi??o de emagrecedores nesta quarta
Quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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Especialistas apresentam nesta quarta-feira a última cartada contra o veto aos inibidores de apetite, na audiência organizada pela Anvisa, em Brasília.
Os médicos se organizaram para tentar rebater os principais argumentos do parecer técnico da agência, que justifica o cancelamento de registro dos remédios.
Sete representantes da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e da Abeso (associação para estudo da obesidade) estarão presentes.
Também confirmaram presença um representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a presidente da Anfarmag (associação nacional das farmácias de manipulação) e o vice-presidente do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica).
Todos são contra a proibição dos medicamentos.
"Terá pouco espaço formal para os especialistas falarem, por isso estamos levando vários representantes. Isso aumenta a chance de nos manifestarmos", diz Ricardo Meirelles, presidente da Sbem e representante da Associação Médica Brasileira.
A Anvisa divulgou parecer que reúne dados de estudos científicos e pede que sejam retirados do mercado remédios com sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol. O argumento principal é que a baixa eficácia não justifica os riscos.
"Quero ter a chance de rebater vários pontos do relatório. Há dados de efeitos colaterais que não sabemos de onde eles tiraram", afirma Rosana Radominski, presidente da Abeso.
O DEBATE
A audiência terá três blocos. No primeiro, dois representantes da Anvisa terão 40 minutos. No segundo, haverá um debate de 40 minutos com a participação de quatro representantes, três de sociedades e um do Ministério da Saúde. Cada um terá dez minutos. Por fim, a plateia pode se manifestar.
Ricardo Meirelles vai fazer sua defesa baseado em documento feito por Sbem e Abeso em 2010. "Há interpretações erradas no parecer da Anvisa. Qualquer perda de peso é importante. Um medicamento que ajuda a perder 5% do peso já é eficaz."
Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag, vai falar sobre o impacto da proibição, que, diz ela, pode afetar 40 milhões de pessoas.
O sanitarista José Ruben Bonfim, coordenador da Sobravime (Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos), é a favor da proibição e, no debate, deve usar dados de um parecer feito pela entidade em 2007.
"Essa decisão já deveria ter sido tomada. Não existe um argumento científico que sustente o uso desses remédios", afirma Bonfim.
A audiência será transmitida ao vivo no site da Anvisa (portal.anvisa.gov.br), a partir das 9h.